segunda-feira, 28 de março de 2016


Dalton Trevisan
"Não fale, amor. Cada palavra, um beijo a menos."
O nome completo do escritor curitibano é Dalton Jérson Trevisan. Por ter sido sempre contra a divulgação de seu nome na mídia, acabou criando um mistério em torno de si e de suas obras. Tal como Rubem Fonseca, escritor mineiro, Trevisan é avesso à fotografias para a imprensa e dificilmente dá entrevistas. Seu apelido, O Vampiro de Curitiba, refere-se a um livro que publicou no ano de 1965. Além da recusa em aparecer na mídia, o escritor, dificilmente, recebe a visita de estranhos.
Na época em que estudava Direito, tinha folhetos simples como forma de divulgação para os seus contos. No ano de 1945, lança o livro Sonata ao Luar, um ano depois, publica Sete Anos de Pastor, os quais o curitibano renega até hoje. Portanto, a primeira publicação que o autor considera teria sido Novelas Nada Exemplares, de 1959, com que ganhou o Prêmio Jabuti, dado pela Câmara Brasileira do Livro. Na ocasião, Trevisan não compareceu à cerimônia, enviando um representante para ser laureado. Outras obras premiadas do escritor são: A Polaquinha, Morte na Praça, Noites de Amor em Granada e Cemitério de Elefantes.
A literatura de Trevisan passou do papel para as telas de cinema no ano de 1975. O diretor Joaquim Pedro de Andrade utilizou o livro A Guerra Conjugal (1969) para fazer uma película homônima. No ano de 1996, Trevisan ganha o Prêmio Ministério da Cultura de Literatura, recebido pelo conjunto de sua obra. Já em 2003, ganhou o 1º Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira juntamente com Bernardo Carvalho. Na ocasião o livro premiado de Trevisan foi Pico na Veia. O autor tem seus livros traduzidos para idiomas do mundo todo.





1- Faça uma descrição da imagem acima.
2- Quais sentimentos podem ser percebidos na imagem?



Leia o texto abaixo e responda o que for solicitado.


Apelo

Dalton Trevisan

Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho
            Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.
            Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate – meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? As suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.
     1.      Leia o texto e responda as questões a seguir.
  
     a)      Como o narrador protagonista pode ser descrito?
     b)     Pelas informações fornecidas pelo texto, quem poderia ser a “Senhora”?
     c)      Qual sentimento o homem demonstra em relação a “Senhora”?
    d)     Por meio do relato das privações sofridas com a ausência da “Senhora”, o narrador protagonista destaca uma imagem que possui dela. Que imagem é essa?
     e)      Qual frase do texto pode ser utilizada para comprovar que o narrador é do gênero masculino?
     f)      O conto é dividido em três parágrafos. Dê um subtítulo a cada um deles.


     2.      Após assistir ao vídeo, responda as questões a seguir.

     a)      As imagens que aparecem no vídeo são fiéis ao conto, “Apelo” de Dalton Trevisan? Justifique sua resposta.
     b)     No vídeo aparece alguma imagem que não é descrita no conto? Se sim, qual?

     c)      Qual poderia ser a intenção do roteirista ao colocar a figura feminina no desfecho do vídeo?

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